"NADA deve parecer natural. NADA deve parecer IMPOSSÍVEL DE MUDAR." Bertolt Brecht

"NADA deve parecer natural. NADA deve parecer IMPOSSÍVEL DE MUDAR." Bertolt Brecht

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

"Hoje me impus um vício ordinário".

Os sons das cornetas rompem o silêncio, o que já foi descrito anteriormente neste blog como um clima aprazível e bucólico perde completamente o sentido. Infelizmente o clima de "batalha e enfrentamento" saem da esfera desportiva (do campo), local de onde nunca deveriam sair. 

E tomam conta da do público presente, o que torna o clima antes festivo e convidativo para um programa familiar de outrora, apenas em uma sombra da esperança de novos tempos, que se um dia se anunciaram não passou de uma mera ilusão. Tal como anseios juvenis e coisas do gênero como o menino ou menina que se apaixonou e acreditou que aquele amor (idéias) lhe seria correspondido, ao ver que aquilo que imaginou não corresponde a realidade abre-se a ferida que pouco a pouco se cura, mas ao mais leve toque volta a incomodar. Não existem palavras para tais sentimentos, mas as vezes é assim que me sinto com diante do hóquei brasileiro.

Quando imagino voos mais altos do nosso desporto, logo sou puxado bruscamente a realidade que nos aflige, e tal como um amor platônico, me vejo mais uma vez com aquela frustração tão peculiar. Onde iremos chegar?!? Onde queremos chegar?!? Agora mais uma vez percebo que quase sempre perco tempo em ficar pensando nisso, mas fazer o que, abandonar?!? Me conheço muito bem e sei que amanhã ou depois estarei (não só eu, existem muitos outros que fazem muito mais, e se já doi em mim nem imagino neles) lá tentado, acertando e errando muitos mais, encarnando assim o papel do último romântico aquele que tenta, tenta e tenta, dando praticamente murros em ponta de faca . Todavia, ao menor sinal já volta a sonhar e buscar as coisas, estranhas ao mundo em seu redor e na esperança de que um dia quem sabe, ver que tudo passado valeu a pena e chegar um pouco mais perto de sua utopia.


Cadê o fomento?!? Gritarei não só eu e muitas outras vozes e pode retrucar, espernear fazer o que for, no meu caso não devo nada a ninguém, e se o grito da arquibancada incomoda, me desculpe, quer dizer me desculpo coisa nenhuma é minha opinião e aqui na minha terra quando isso acontece costumamos perguntar, se ofendeu porque? A carapuça serviu?!? Não sei acho que nunca terei uma resposta concreta, retaliação?!? Não temo, não tenho nada pra ser retaliado, pois minha vida independe disso. Mesmo dependente de forma afetiva, mas vá lá é a vida talvez eu seja um tolo e tenha uma mente realmente muito estranha e fora da realidade.

E como diz a poesia adaptada abaixo "hoje me impus um vício ordinário".

ÚLTIMO ROMÂNTICO 
(Silvia Regina Costa Lima e Gil Gaspar)
Publicado no Recanto das Letras em 25/04/2009



Vivo, sim, eu sei, em suicídio lento,
a seguir, por lei, atalho contrário.
O idealismo retalho, voluntário -
querer morrer jovem é o meu intento.

A luz, não a vejo em nenhum momento.
Lento, me aventuro feito um corsário,
hoje que me impus um vício ordinário,
em viver o prazer no contra-vento.

No universo, ah como eu me desdobro,
nele o meu Eu voa e mergulha fundo.
e, daquilo que cobro, só eu sobro (não só eu)...

Todo trágico também será belo,
cedo partindo. Vou deixar o mundo
ditar, em sangue (nem tão radical), meu próprio libelo.


Nenhum comentário:

Postar um comentário